Partindo do ano 1976, pude crescer livre entre as praias e campos na peri-urbanidade do Porto. A vida começou, imersa na natureza, num campo onde a biodiversidade era a marca distinta, as vinhas a delimitar o campo, as árvores de fruta dispersas, abrigando pássaros e dando a sombra nos dias de calor. De pé descalço, por indicação médica, caminhava no rego que levava a água ao milho e pisava as uvas num ritual ancestral trazido pelos avós e bisavós. O contacto com a ancestralidade dos avós e bisavós carregou-me de histórias rurais desde o Século XIX, o caminho da escola por entre campos trouxe a oportunidade de contemplação constante sobre mudança de cada estação. Partindo de um país rural, que eramos até ao 25 de abril, também o tempo me urbanizou. Estudar no Reino Unido e Polônia Ciências do Ambiente não foi apenas uma aposta nas raízes do berço, mas uma abertura cultural ao mundo que acabaria por ser reforçada com experiências profissionais na Alemanha e Cabo Verde. Neste caminho formou-se a capacidade de mediar diálogos urbano-rurais, integrando a integração destes dois mundos que me formaram. Regressado a Portugal, com mundo, com legado histórico de três gerações rurais e com olhar no futuro e o horizonte que surge a cada passo e se apresenta como destino para os filhos que deixo e exigem um planeta viável, não só economicamente, mas sobretudo social e ambientalmente, imperava assumir-me ator e promotor de mudança e assim começou a história que se inicia em 2006. A “Raízes”, foi apenas um primeiro projeto, de agricultura biológica, onde cometi todos os erros, trabalhando modelos de agricultura peri-urbana, circuitos curtos de distribuição e relação direta entre produtor e consumidor. Fui pioneiro do modelo de “Community Supported Agriculture” em Portugal, mas sem conhecer nessa época a teoria de difusão de inovação que hoje me guia na implementação de processos de inovação. Já na Noocity, a oportunidade de crescimento, e aplicação prática no desenvolvimento de negócio usando hortas urbanas comunitárias, para benefícios ambientais e sociais. foi a comprovação de que a mudança é possível, assim como gerar impacto positivo. Apaixonei-me entretanto pela investigação das “relações urbano-rurais para a inovação e desenvolvimento sustentável”, como um estudo sobre o modelo terapêutico a aplicar ao casal “campo” e “cidade”. Quase a chegar ao meio século, nunca li tanto, nunca investiguei tanto, nunca me senti tão curioso e tive a consciência do quanto ainda temos por descobrir, por aprender…guio-me agora pela humildade do que não sei e mais preocupado em fazer as perguntas certas, do que ter qualquer resposta. A pergunta que mais me coloco é: Qual a função ecológica da espécie Homo Sapiens
Partindo do ano 1976, pude crescer livre entre as praias e campos na peri-urbanidade do Porto. A vida começou, imersa na natureza, num campo onde a biodiversidade era a marca distinta, as vinhas a delimitar o campo, as árvores de fruta dispersas, abrigando pássaros e dando a sombra nos dias de calor. De pé descalço, por indicação médica, caminhava no rego que levava a água ao milho e pisava as uvas num ritual ancestral trazido pelos avós e bisavós. O contacto com a ancestralidade dos avós e bisavós carregou-me de histórias rurais desde o Século XIX, o caminho da escola por entre campos trouxe a oportunidade de contemplação constante sobre mudança de cada estação. Partindo de um país rural, que eramos até ao 25 de abril, também o tempo me urbanizou. Estudar no Reino Unido e Polônia Ciências do Ambiente não foi apenas uma aposta nas raízes do berço, mas uma abertura cultural ao mundo que acabaria por ser reforçada com experiências profissionais na Alemanha e Cabo Verde. Neste caminho formou-se a capacidade de mediar diálogos urbano-rurais, integrando a integração destes dois mundos que me formaram. Regressado a Portugal, com mundo, com legado histórico de três gerações rurais e com olhar no futuro e o horizonte que surge a cada passo e se apresenta como destino para os filhos que deixo e exigem um planeta viável, não só economicamente, mas sobretudo social e ambientalmente, imperava assumir-me ator e promotor de mudança e assim começou a história que se inicia em 2006. A “Raízes”, foi apenas um primeiro projeto, de agricultura biológica, onde cometi todos os erros, trabalhando modelos de agricultura peri-urbana, circuitos curtos de distribuição e relação direta entre produtor e consumidor. Fui pioneiro do modelo de “Community Supported Agriculture” em Portugal, mas sem conhecer nessa época a teoria de difusão de inovação que hoje me guia na implementação de processos de inovação. Já na Noocity, a oportunidade de crescimento, e aplicação prática no desenvolvimento de negócio usando hortas urbanas comunitárias, para benefícios ambientais e sociais. foi a comprovação de que a mudança é possível, assim como gerar impacto positivo. Apaixonei-me entretanto pela investigação das “relações urbano-rurais para a inovação e desenvolvimento sustentável”, como um estudo sobre o modelo terapêutico a aplicar ao casal “campo” e “cidade”. Quase a chegar ao meio século, nunca li tanto, nunca investiguei tanto, nunca me senti tão curioso e tive a consciência do quanto ainda temos por descobrir, por aprender…guio-me agora pela humildade do que não sei e mais preocupado em fazer as perguntas certas, do que ter qualquer resposta. A pergunta que mais me coloco é: Qual a função ecológica da espécie Homo Sapiens